sábado, 4 de setembro de 2010

Por motivo nenhum ...

O dia estava frio, mas ela se sentia quente com aquele enorme casaco que mais parecia um urso branco manchado. Ela estava sentada sob a neve sentido aquela textura suave e ao mesmo tempo tão áspera e gelada da neve. Estava tão acomodada que não queria se levantar, até que se deitou.

Cochilou.
E sonhou.

Sonhou com a neve tocando sua pele, com o casaco a esquentando. Sonhou com uma paz dentro de si. Uma satisfação. Sonhou, simplesmente, com o nada.

O tempo passou e ela acordou. Se levantou e de repente parou. Pensou. Não soube dizer o que aconteceu naquele momento e correu pelas ruas escorregadias e vazias da pequena cidade.
O frio corava as suas bochechas e ela ria por motivo nenhum. O sol saía e a iluminava. Ela se sentia alegre por razão alguma. Isso costumava acontecer. Felicidade instantânea. Era isso que ela chamava.

Nenhum comentário:

Postar um comentário