quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Encalhada ?

Discreta, divertida, inteligente e bonita. Era assim que as pessoas as descreviam. Anne não era a mais popular do seu colégio, mas também não era aquela looser; falando a verdade, ela odiava esses rótulos, uma coisa tão fútil de se fazer, ficar classificando as pessoas por aí.

Mas o que Anne não sabia, e nem mesmo imaginava, era que tinha muitos admiradores. Sem saber, ela chamava atenção com seus cabelos desajeitados que tanto odiava; quando começava a falar, todos escutavam; quando ela sorria, as pessoas ficavam encantadas. Anne era única. Pena não saber de tamanho potencial.
Talvez, por ser bem conservadora - uma coisa um tanto madura para uma menina de 16 anos - ela nunca tivera um amor. Amor daqueles de fazer loucuras, de pensar o tempo todo nele, um amor que ninguém poderia destruir. Era por isso que suas amigas a chamavam de encalhada. E como ela odiava isso.

- Pela milésima vez! Eu não sou encalhada.
- Imagina... Eu sou!
- Não mesmo... Faz só, hm, só...
- Um ano que não fica com ninguém? - e riram todas as suas amigas
- Ah, me deixem em paz, ok?

Elas nunca tinha muita fé nessas histórias melodramáticas de amor, com o mesmo final feliz; mas não era por isso que desacreditava em grandes paixões e quem sabe até mesmo encontrar a sua ''metade''.
Anne era diferente. Não estava desesperada por um companheiro, não ficava horas lendo matérias de revistas como ''Não pague mico no 1º encontro!'', ''Saiba se ele é o cara certo'' e '' O colírio do ano: Como conquistar esse gato!''. Ela tinha tanta coisa a viver, tinha mais prioridades e com certeza um namorado não era uma delas. As amigas dela achavam tudo isso tão careta.



O tempo passou e mais um ano estava acabando, a vida continuava a mesma com suas amigas cassoando dela e ela nem aí. Sempre a mesma coisa, nada muito diferente.

As aulas haviam terminado e para comemorar Anne e suas amigas decidiram sair, andar um pouco pelas ruas com aquele cheiro de chuva que elas amavam, dar risada e se entupir de chocolates e daqueles deliciosos tubinhos cítricos.
E foi naquela noite tão normal que o impossível aconteceu. Anne, finalmente, encontrou o seu amor. Ele estava do outro lado da loja quando seus olhares se cruzaram; os olhos deles brilharam e os dela mais ainda. Até que depois de alguns minutos Anne conseguiu sair do lugar e se aproximou. Ele se levantou e quando ela chegou na sua frente ele deu-lhe uma lambida no rosto. Ela o pegou no colo e dois começaram a brincar como velhos amigos no meio da loja.

- Amor a primeira vista! - disse toda animada para suas amigas.
- Que louca!
- Uma eterna encalhada.

E suas amigas saíram deixando-a sozinha com o seu novo melhor amigo, com a sua... Cara metade? É, pode ser.

Gente, desculpa a minha ausência por tanto tempo! Estou estudando que nem uma condenada e daqui pra frente vai começar a ser assim! Bom, só espero que vocês não me abandone, porque eu não vou! rs -s
Por Thaís A. às 18:58 38 comentários -
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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Alice e seu amor
Quando finalmente Alice estava entrando para o último ano do colegial ela recebeu a notícia de que teria que mudar para outra cidade. Seus amigos, suas histórias, seus lugares favoritos, sua vida naquela cidade de onde nunca saiu teria que ser deixada, inclusive, o principal: o seu único amor . Um amor no qual ninguém acreditava, todos achavam que era pura besteira. Mas os dois sabiam que não era.
Seu mundo desabou em um minuto. Não queria ir, não podia sair de lá. Mas não tinha escolha, teria que recomeçar sua vida.

E recomeçou. Um começo péssimo devo lhe dizer. Alice não sentia mais nada, apenas tristeza e solidão, com excessão de uma coisa: o seu amor continuava o mesmo.

A cada dia que passava, mais longe ficava, mais sozinha se sentia. Ela era só uma metade, estava incompleta. E assim ficou durante os dois últimos anos.
Alice estava cansada de, mesmo nos raros momentos de alegria, sentir que algo estava faltando.

Um dia, em meio a tantas correspondências, recebeu um vale-jantar para aquela noite em um restaurante que diziam ser espetacular.
- Deve ser alguma brincadeira, será que vale?, pensou.
Mas ela foi mesmo com medo, mesmo estando sozinha. Seria bom pra ela pensar, refletir sobre a vida e fazer coisas que ela não fazia há muito tempo.



Realmente o restaurante era maravilhoso. Lustres de cristais espalhados por todo o teto, tapete de persa da mais alta qualidade, espelhos enormes preenchiam as paredes de cores neutras, cadeiras que além de serem lindas, eram extremamente confortáveis.

E assim passou a noite, no meio de todo aquele luxo. Tudo estaria perfeito se não fosse por um único detalhe: estava sozinha. Foi aí que ela pensou em tudo que havia passado, infelizmente, seu eterno amor não durou como prometido, por mais que ela ainda o amasse. Afinal, ele nem deveria estar pensando mais nela porque...
- A senhorita gostaria de uma sobremesa? - perguntou aquela suave voz que a fez interromper seus pensamentos
- É... Não muito obr...
Era ele. O seu amor que um dia juraram nunca mais se separar. A pessoa que ela mais amava. A sua metade, o seu coração. Ela sabia que ele nunca a deixaria, em hipótese alguma.

Lá estavam os dois naquela noite que aparentava ser só mais uma sozinha. Lá estavam os dois mais apaixonados do que nunca.
Lá estavam eles que, para quem olhava, eram somente duas pessoas. Mas no fundo, eles sabiam que eram um só.

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